Após a Ressurreição, Jesus apareceu aos Seus discípulos, soprou sobre
eles e lhes concedeu o dom do Espírito Santo. Antes de subir ao Céu,
recomendou-lhes permanecerem em oração, aguardando o dom do Alto, o novo
Consolador, Advogado e Defensor. Na manhã de Pentecostes, Festa das
Colheitas para os Judeus, saída à vida pública para a Igreja nascente,
vento, línguas de fogo, pregação corajosa do nome de Jesus, partilha dos
bens, vida em comunidade, conversões! São os resultados da efusão do
Espírito Santo derramado sobre os fiéis. De lá para cá, é sempre o
Espírito Santo, Alma da Igreja, diz Jesus, “que convence o mundo em
relação ao pecado, à justiça e ao julgamento. Quanto ao pecado: eles não
acreditaram em mim. Quanto à justiça: eu vou para o Pai, de modo que
não mais me vereis. E quanto ao julgamento: o chefe deste mundo já está
condenado” (Jo 16, 8-11).
De fato, sem o Espírito Santo Deus está distante, Cristo é do
passado, o Evangelho é letra morta, a Igreja é uma simples organização, a
autoridade é dominação, a missão é propaganda, o culto é evocação, o
agir cristão é uma moral de escravos. Mas com o Espírito Santo e no
Espírito Santo o Universo é elevado e clama pelo Reino de Deus, a
presença do Cristo Ressuscitado é reconhecida, o Evangelho é vida e
poder, Igreja significa comunhão trinitária, a autoridade é um serviço
libertador, a missão um Pentecostes, a Liturgia é memorial e antecipação
do mistério, o agir humano é divinizado (Cf. Ignazio Hazim, La
resurrezione e l’uomo d’oggi – Ed. Ave, Roma, 1970, pp. 25-26). O
Espírito Santo é derramado sobre a Igreja, conduzindo-a a viver de forma
divina as realidades humanas. Seus dons são Sabedoria, Entendimento,
Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor de Deus. Com eles podemos
receber as graças que descem do Céu! Ouvimos o Senhor e Sua Igreja que
nos dizem: “Recebam o Espírito Santo”!
O Espírito de Deus deve ser acolhido. Ele é o dom sempiterno de Deus,
derramado sobre a Igreja e sobre todos os fiéis. O Espírito Santo age
no mundo, suscitando o bem e a busca da verdade. Sua ação conduz as
consciências para suscitar a convergência de todos os rios da existência
humana para o amor de Deus e Sua presença. N’Ele, podemos acreditar no
bem existente no coração das pessoas e receber as forças necessárias
para buscá-Lo e valorizá-Lo. Diante de Sua ação, caem todas as
resistências interiores. A atitude mais sincera, diante da ação do
Espírito Santo, é a docilidade, pois uma pretensa autonomia conduz as
pessoas ao orgulho. Deixar-se conduzir por amor é honestidade interior, é
saber viver, até porque, de uma forma ou de outra, sempre somos
influenciados por alguém, por correntes de pensamento ou doutrinas.
Saibamos escolher a melhor companhia, e esta é dada de presente, enviada
pelo Pai e pelo Filho segundo a promessa que nos foi feita.
Por dom Alberto Taveira Corrêa – arcebispo de Belém/PA
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