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terça-feira, 8 de março de 2011

Incentivo à leitura deve começar na infância

Escolas de Natal apostam na criação de espaços que sejam pontos de encontro com amigos, troca de ideias e realização de evento.

Foto: Divulgação
 
Em pleno século 21, na era digital, novas mídias e meios de comunicação estão sempre surgindo. Algumas tecnologias sucumbiram ao tempo e caíram em desuso, outras sobrevivem adaptando-se ao ritmo acelerado do mundo globalizado. Hoje é possível, por exemplo, por meio dos e-books, ler uma obra inteira a partir do próprio celular, motivo pelo qual é natural que se comece questionar se os livros, aqueles de papel, vão perder seu espaço e serão esquecidos nas prateleiras.

Um dado esperançoso, porém, alegra aqueles que não abrem mão do prazer de folhear as páginas de um livro: o número de livrarias no Brasil cresceu 11% desde 2006. O resultado é de uma pesquisa encomendada pela Associação Nacional de Livrarias (ANL). Um dos motivos para o aumento do número de lojas deve-se à modernização dos ambientes. Hoje, além da leitura, o local serve como ponto de encontro com os amigos, troca de ideias e realização de eventos.

É pensando nesse novo formato que colégios criam espaços de leitura. O Nossa Senhora das Neves, por exemplo, lançou recentemente “A Livraria”. O local, aberto para pais, funcionários e alunos de todas as idades, foi projetado para ser mais do que um ambiente de leitura – é um lugar de interação entre os visitantes, onde se pode ler, conversar, iniciar-se cientificamente e participar ainda de uma rica programação cultural: publicação de contos, poemas, leituras dramáticas e até encontros com autores.

A Livraria é divida por áreas que caracterizam zonas de leituras específicas – infantil, infanto-juvenil, best-sellers e científicos. A intenção é agradar a todos os tipos de leitores, desde os menores até aqueles que procuram obras para ampliar seus conhecimentos. Mesas e cadeiras, além de almofadas sobre um tapete de algodão, foram dispostas para acomodar os frequentadores. E para quem aprendeu palavras novas, foi posto logo na entrada um grande dicionário à disposição para consultas.

De acordo com a professora de Literatura, Ana Régis, um dos maiores ganhos com a realização de atividades que incentivem o gosto pela leitura é fazer com que os alunos descubram que os livros são mais interessantes que os filmes e as histórias adaptadas perdem bastante de sua originalidade e detalhes. “O texto escrito sempre será melhor que as produções cinematográficas milionárias. A descoberta desse ponto é um grande passo na formação de um leitor”, enfatiza.
Colégio preparam uma surpresa: vestidos de personagens clássicos e contemporâneos conhecidos, eles atuaram e recepcionaram os estudantes falando um pouco sobre o objetivo do novo espaço e sobre a importância da leitura.

A apresentação agradou principalmente os mais novos, que ficaram animados ao reconhecer figuras como Harry Potter, Dona Benta e Chapeuzinho Vermelho.

A linguagem lúdica é importante para cativar os leitores mais jovens, plantando a semente do gosto pela leitura desde cedo. Para Lucas Vitorino, sexta série, o espaço é aconchegante. “Achei agradável, é bem ventilado, tem muitos livros. Pretendo vir aqui mais vezes”, afirma o estudante. Leonardo Medeiros, do primeiro ano, se antecipa. “Já tem quatro livros que eu quero ler”, comenta animadamente.

Concomitantemente, deu-se início ao Clube do Leitor. Quem se associa a este clube tem direito de usufruir do acervo literário, além do ambiente escolar, podendo alugar e levar os livros para casa. Para participar, os interessados encomendam um cartão magnético para identificação (ao preço de R$ 5) e doam um livro. Vários alunos da escola já se associaram, como é o caso de Ana Roberta Pereira, do sexto ano. “Eu gosto muito de ler, pretendo levar livros sempre”, afirma a estudante.
 

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