
Os tempos mudaram: a velha conversa de pedir ao eleitor para “votar nos candidatos da terra” já perdeu força. Hoje, diz o eleitor que o que importa é quem fará um bom trabalho como parlamentar — e não a procedência geográfica do candidato. Na eleição passada isso ficou claro: Vivaldo Costa chegou a ficar fora das cadeiras e Adjuto Dias teve votação mais expressiva em Natal do que em Caicó.
A lição é direta para quem sonha em transformar o voto local em cabo eleitoral automático: não há mais dono do voto. Qualquer candidato que aposte apenas no apelo regional corre o risco de ver a tática fracassar nas urnas.
Com esse cenário, a competição entre o prefeito Dr. Tadeu e o ex-prefeito Bibi Costa pelo espaço estadual tem tudo para ser inglória. Em linguagem de bastidor — e de ditado popular — os dois vão morrer afogados: sem um alcance além das fronteiras municipais e sem a base de votos consolidada, as chances de elevação ao Legislativo estadual ficam seriamente comprometidas.
A conclusão é amarga para quem confia apenas na tradição local: quem quiser vencer precisa sair do discurso do “da terra” e mostrar projeto, penetração em outros redutos e capacidade de se comunicar com eleitor de fora. Caso contrário, resta esperar a ressaca eleitoral.
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