23/05/2022 09h00
Assisti, hoje, pelas redes sociais, o depoimento emocionado de uma mãe relatando as agressões recorrentes sofridas por seu filho no Marista. Ela pôs o menino no mundo, criou com todo amor. Escolheu um colégio para dar a educação, as amizades e os momentos únicos que sonhou para seu filho. Então, fica sabendo que outros garotos o perseguem e batem nele. O motivo: sua cor. Não bastasse a dor que ela estava passando, teve que enfrentar o descaso com que o Marista vem lidando com essa situação. Ela relatou que passados um ano e meio, nenhuma reunião para tratar do assunto. Quando finalmente conseguiu, ouviu frases evasivas como resposta.
Antes de prosseguirmos, lembro que não é possível falar sobre o preconceito, o racismo que os afrodescendentes sofrem sem refletir sobre a escravização. Por isso lhe pergunto: existe racismo no Brasil? Racismo estrutural? Como pode o país do futebol, do samba, do carnaval… a nação alegria que tem um povo hospitaleiro ser racista?
Bem, acho que não somos tão legais assim.
O Brasil foi o maior traficante de escravos do mundo, o último pais do ocidente a abolir a escravidão. E só abolimos porque a Inglaterra veio até o nosso litoral com sua frota de guerra e deu alguns tiros de canhão como forma de advertência. Nossa crueldade foi tanta com os negros que mostrou o tamanho da nossa estupidez. A expectativa de vida do negro era de apenas 18 anos no Brasil. Nos EUA era quase o dobro. Isso tudo porque nossa violência foi sem limites. Era preferível ficar sem a mão-de-obra precocemente do que diminuir as torturas. Os EUA protestantes ensinaram aos negros a ler e escrever, no Brasil, a igreja católica não permitia a alfabetização. O resultado disso foi devastador para nossa economia atual, mas é tema para outro artigo.
Existe dívida histórica? Você pode achar que torturar e privar de educação por mais de 300 anos não seja algo tão grave, algo que uma canetada de uma princesa resolva. Abolimos a escravidão e, agora, direitos iguais para todos! Nada de cotas! Não é tão simples assim. Mais parece hipocrisia, tal como dizer: “Ninguém pode dormir debaixo da ponte. Nem pobre, nem rico, nem milionário! Quem dormir será preso”.
Por que será que não vemos os negros em tantas posições de destaque? Apenas quatro por cento dos deputados, estaduais, federais e senadores eleitos, em 2018, eram negros. Nas 500 maiores empresas que operam no Brasil, apenas 4,7% dos cargos de direção são ocupados por negros. Apenas 10% dos engenheiros são negros. Você já foi atendido por quantos médicos negros? Será que isso acontece porque eles são burros? Ou porque não tiveram oportunidades?
Eles não tiveram acesso à qualidade de vida aliada a uma boa educação. Uma recente pesquisa mostra que as notas dos cotistas no último ano de curso se distanciam dos demais alunos em apenas 1%. É só darmos oportunidades que os resultados aparecem.
E olhe que não faz tanto tempo assim que fechamos as senzalas. É possível que os afrodescendentes que encontramos na rua hoje, sejam netos ou bisnetos de escravos. De 1888 para 2022 são 134 anos. A Lei Áurea era só uma folha de papel. Não se apaga o racismo enraizado em nossa cultura durante séculos com uma assinatura. É preciso, primeiramente, reconhecermos o que fizemos e o que estamos fazendo, para só então podemos mudar como sociedade.
Além da herança histórica, esse posicionamento na sociedade, no mercado de trabalho em que o negro ainda se encontra, leva a eternizar o racismo. Além de políticas públicas para reverter essa situação, é preciso empatia. Temos que nos colocarmos no lugar dessa mãe para podermos imaginar sua dor e lutarmos para que isso não se repita. Eu escrevi esse artigo. O Marista o que fará?
Marcus ARAGÃO
@aragao01
Para acusar um lado da história tem que escutar ambos os lados , este é o princípio do contraditório. Tirar conclusões sem essas medidas é ser irresponsável , parcial é prejudicial .
Se trocasse a palavra negro por qualquer outra que adjetivasse alguém sem recursos daria certo. Texto oportunista de alguém surfando na onda das modas das minorias.
Aragão, posso lhe chamar de manequim ou vai dar algum golpe em mim da sua “arte marcial”? Sim, por era assim que vc era chamado no colégio, e hoje se o chamar assim vc poderá me “bater”
Acho que existe muito mais maldade no coração desses jovens do que problemas relacionados a raça, a cor. Já vi essas mesmas situações de branco x branco, negro x negro. Quando se tem maldades no coração a cor, o gênero, a opção sexual fica em segundo plano.
Vergonhoso, isso reflete o q a criança vê em casa. Cabe à escola ensinar aos racistinhas as regras de boa convivência e respeito às diferencas. estão dando pedras pra esquerdorreia jogar na direita.
Inicialmente éramos apenas índios! Após o descobrimento passamos a ser índios, brancos, negros e amarelos, que resultaram em Caboclos, Mulatos, Cafusos e Mamelucos. Dentre outros efeitos da micigenação das raças, foi essa a formação da população do Brasil. Para a geração dos anos 50/60, estudávamos em escolas públicas de excelente qualidade! Quem dessa geração não lembra do temível “exame de admissão”? Boas amizades fizemos nessa saudosa época de nossas vidas! Tínhamos Verdadeiros Amigos, quase irmãos de quem guardamos o apreço até hoje! A todos chamávamos pelo nome! São boas lembranças que guardamos da época de criança e adolescência! Lutávamos por melhores notas e para “passarmos” por média e sairmos de férias mais cedo! Éramos orgulho de nossos Pais e Professores. Hoje, muitos de nós, são referências de lutas, por travarmos o bom combate, prevesarmos a fé e guardarmos o coração, símbolo do Amor Fraternal. Essa geração não aprendeu nada mais nada menos do que o suficiente para dizermos em alto e bom som:SOMOS TODOS BRASILEIROS!
Retrato da hipocrisía da burguesia podre. A mesma que apoia o genocida, come ovo e arrota caviar!
Ninefingers é osso mesmo!
Jaqueline sempre conhecida por tumultuar os ambientes. Tinha esse mesmo comportamento na nossa escola, e vejo que foi para a escola seguinte com o mesmo intuito: aparecer. A próxima escolinha de Joaquim não será diferente. Uma pena!
Minha tataravó foi escrava. Minha bisavó contava. Minha bisavó faleceu aos 102 anos. Era de 1908.
Marcus Aragão é o PIOR chefe que já tive. Misógeno. Arrogante. Sempre tripudiou e humilhou seus funcionários na Aragão Publicidade. Suas palavras são vazias e não correspondem a sua vidência. Alguma “agenda” existe aí.
O papel aceita tudo!
Preconceito está muito distante de Respeito.
É uma realidade que afasta o ser humano dele próprio e de Deus.
Nunca existiu preconceito no meu tempo, 80/90. Chamávamos um colega chamado Bruno de “Bruno Nego”! Nem por isso faltávamos com respeito a ele. Ele atendia numa boa, ou seja, não se ofendia. Outro colega chamado André nos dirigíamos por “André Macaco”! Ambos eram e continuam sendo Negros, e nunca houve nenhum destempero emicional deles, nem de Pai ou Mãe dos próprios! Nunca existiu essa de “Bullying”. Inventaram isso de um tempo p cá. Era um tempo de liberdade, onde a rua ensinava, onde se aprendia com “erros normais”, onde todos viviam e se suportavam, independente das adversidades!
Vocês chamavam o colega de “macaco” e eles encaravam numa boa??E isso não era falta de respeito?? Nem preconceito?? Já vi que vc é branco, ou se acha. Pesquise, tem sempre um negro, índio ou judeu lá atrás. Ou um racista hoje…
Sou dessa geração ao qual tenho muita saudade!!
Acredito ser o melhor texto que já li nesse blog.
Sempre interessante escutar os 2 lados, a acusação ou certos posicionamentos podem ser danosos quando vem de só um lado e é altamente danosa para quem acusa ou é acusado! Temos que lembrar que nem todos fatos são realmente os fatos, ou fatos podem ser bem mais do que apenas fatos!
A ponderação e a busca da verdade tem que andar juntas, pois destruição de reputação pode gerar danos morais que são irreparáveis!
Para a mãe vir a público falar abertamente sobre todo esse constrangimento, é pq ela e seu filho precisam de socorro. E mais, que a escola não tratou a demanda com o devido respeito e consideração. A escola só restaura seu papel de educadora perante seus clientes e sociedade se chamar oficialmente, os pais das crianças envolvidas à responsabilização. Isso é necessário. As pessoas precisam entender que respeito é obrigatório, não é opção.
Tem uma personalidade em nossa nação que destila ódio, preconceito e discriminação, mas, mesmo assim, tem muitos apoiadores que se dizem cristãos e defensores dos bons costumes.
A culpa sempre termina nele…kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Estao aprovando a lei do ensino domiciliar, melhor que botar em escola mesmo, não tem risco de doutrinação marquissista
Ensino domiciliar? Pra apartar a criança e o jovem da convivência social? Pra doutrinar com fundamentalismo religioso de procedência duvidosa? Ou pra ser ignorante, intolerante e analfabeto funcional como Berg Naldo? Não sabe nem escrever a anta de chifres bolsonarista (é Marxista, seu burro)!
Excelente texto . Parabéns!!!
Eu inicio me solidarizando com a Sra .Jaqueline que já deu um grande passo no combate ao racismo, na medida que expõe esse câncer em nossa sociedade. Não se intime com a vergonhosa postura da instituição de ensino.
E você Aragão, mais uma vez, também não se intimida diante de fatos que só nos envergonham e nos trás de forma muito bem argumentada, principalmente, cobrando providências do Marista para a efetiva resolução do enorme problema que essa criança está enfrentando. Problema este que podemos perceber no relato de sua mãe o quanto o tem afetado, assim como a toda família.
Toda história tem dois lados. Ao que me parece, ninguém quis saber dos dois. Tomaram como verdade o depoimento de uma mãe em detrimento do depoimento das mães e pais de uma sala inteira. Não foi o filho dela vítima de racismo. É o filho dela vítima da criação racista que ele tem. Ouvi vários relatos de como essa senhora busca situações de conflito desde o ano passado e de como ela é tóxica não só no grupo de pais da sala, mas também para com seu próprio filho. Se era holofote que ela queria, conseguiu com maestria!
Excelente! Precisamos sempre falar sobre isso
Tenho 4 filhos que estudaram no marista, sinceramente não tenho nada a dizer do colégio, a não ser parabenizar pela educação que foi dada com todo empenho aos meus filhos. Professores, funcionários, direção, todos bastante empenhados em suas funções. Problemas com colegas todos tiveram, mas sempre normal dentro de um ambiente escolar. Cada situação é única, mas sempre fui muito presente e talvez isso tenha evitado maiores problemas. Colégio é só parte da educação, a parte principal está no âmbito familiar.
Excelente artigo!
Parabéns pelo texto, mas infelizmente não tem justiça que resolva essa maldita discriminação, só mexesse muito, muito mesmo no bolso, as penas são leves como trabalho comunitário etc
So da pra minimizar o preconceito se falarmos sobre ele. É necessário escancarar, falar, protestar.
E fica a pergunta: os tantos maristas, o que farão?
Falta amor ao próximo.
Infelizmente esses colégios só pensam em faturar e esquecem o SER POIS SÓ SE IMPORTAM COM O TER. UMA VERDADE E UMA VERGONHA. MÃE PROCESSE ESSA ESCOLA POR NEGLIGÊNCIA DE QUEM DEVERIA SER O GUARDIÃO SO SEU FILHO. ELES SÓ SENTEM ALGO QUANDO ATINGE O BOLSO.
Vc acha que tem negligência nessa escola então vc não conhece a realidade das escolas públicas
Espero que faça o correto IGUALDADE PERANTE A TODOS.
👏👏👏👏
Excelente comentário, como a muito tempo não leio neste blog fantoche de bolsonaristas. Em relação ao caso do Marista: quem são os pais dos alunos que praticaram atos tão reprováveis? Será esta uma razão pela omissão da escola no caso? Não duvido.
Lacrador, mentiroso e doutrinado João Francisco ,volta pra teu pasto que lá que deve ficar ! ! !
O assunto é preconceito, ai vem o outro com negócio de bolsonarista. Fala sério né. O blog só te serve se escrever o assunto que agrade aos seus ouvidos..
Temos que acabar com o preconceito. Excelente texto.
Parabéns excelente texto, precisa ser revista esta omissão de um colégio que no passado foi tão importante para a educação