Ontem, na Comissão de Educação da Câmara Federal, a deputada Tábata Amaral (PDT-SP), de apenas 25 anos, enquadrou o ministro Ricardo Velez e o assunto rapidinho viralizou nas redes sociais.
A parlamentar se disse decepcionada com o despreparo do titular de uma das pastas mais importantes do país, e terminou dizendo que ele deveria deixar o cargo.
Leia alguns trechos da intervenção da deputada:
“Já se passaram três meses e em um trimestre não é possível que o senhor apresente um “power point” com dois, três desejos para cada área da Educação. Onde estão os projetos, as metas, quem são os responsáveis? Isso não é um projeto estratégico. Isso é uma lista de desejos. Eu quero saber onde eu encontro esses projetos? Quando cada um começa a ser implementado? Quando serão entregues? Quais são os resultados esperados? São três meses e a gente consegue fazer mais do que isso”.
“Outra pergunta é sobre o aparelhamento ideológico do ministério. Eu não vou ficar discutindo fumaça. Não vou ficar falando que sou contra o ‘Escola sem Partido’. Eu sou contra, mas não acho que é isso o que importa. A gente precisa de profissionais preparados”.
“Tem uma coisa que eu aprendi nos últimos anos, como cientista política e como ativista da Educação, é que o maior desafio que a gente tem não é ficar fazendo lista de desejos. É implementar, de fato, e a gente não implementa sem um corpo preparado, sem pessoas que têm experiência”.
“Não dá para acreditar que uma troca tão constante no primeiro escalão, essa paralisia, vai levar ao sucesso da Educação. Nossa Educação hoje, por experiência própria, a falta que faz nas periferias, mata. Para mim, não tem coisa mais urgente do que essa. Eu esperava muito mais do senhor com três meses de trabalho”.
“Saio da reunião extremamente decepcionada com sua incapacidade de apresentar uma proposta, de saber dados básicos e fundamentais. É um desrespeito, não só à Educação, não só ao ministério, não só ao Parlamento, mas ao Brasil como um todo”.
A deputada disse que espera mudança de atitude do ministro, apesar de achar “completamente improvável”, ou que ele saia do cargo.
O ministro disse que só se demite se o presidente pedir, já que ele é o “chefe”.