O
cantor Reginaldo Rossi, que morreu nesta sexta-feira (20) em Recife, em
decorrência de um câncer no pulmão descoberto há apenas 10 dias, sentia
dores no peito há mais de um mês. Fumante assíduo, há pelo menos 50
anos, o rei do brega nunca deixou de lado os cigarros, e associava o
incômodo a uma simples gripe.
"Há um mês ele ficava repetindo que
estava com gripe, toda hora dizia isso. Ele devia já estar com problema
no pulmão", contou o empresário do cantor, Antonio Mojica, ao UOL. "No
dia 27 de novembro, quando as dores ficaram mais fortes, ele foi pro
hospital direto para a UTI. Não consegui mais falar com ele. Ele era um
fumante, fumava muito".
Questionado sobre a frequência do hábito, o
empresário respondeu: "Ele era daqueles que acendia um cigarro no
outro". O amigo conta também que Reginaldo não tinha nenhum sinal de
problema no pulmão. Jorge Pinho, médico que tratou do cantor no Hospital
Memorial São José, na capital pernambucana, no entanto, é categórico ao
afirmar que o cigarro foi o principal fator para a morte do artista.
"O
câncer que ele tinha era um câncer de pequenas células, cresce muito
rápido e não há tratamento cirúrgico para isso, apenas quimioterapia. Só
que as chances de recuperação são muito pequenas. Em casos como o dele,
apenas 5% dos pacientes sobrevivem mais de cinco anos após o
diagnóstico", explica Pinho, que é diretor especialista em Cirurgia de
Cabeça e Pescoço e Cirurgia da Glândula da Tireoide do hospital.
Quando
deu entrada no hospital, ainda em novembro, Reginaldo foi inicialmente
diagnosticado com derrame pleural, que é o acúmulo excessivo de líquido
no espaço entre a pleura visceral (membrana que recobre o pulmão do lado
de fora) e a pleura parietal (superfície interna da parede torácica).
Há apenas nove dias, o câncer foi identificado em estágio avançado.
"Ele
já apresentava glândulas nas axilas, já havia metástase no fígado. Por
isso ele morreu tão rápido, em menos um um mês", revela o médico. Ele
afirma que Reginaldo estava ciente, tanto do diagnóstico quanto da
causa. Nos últimos dias, Reginaldo iniciou o tratamento de quimioterapia
e sessões de hemodiálise diária. Chegou a ter uma leve melhora no
quadro clínico, mas na quinta-feira (19) voltou a respirar com ajuda de
aparelhos. Reginaldo estava com show marcado para o Revéillon do Recife,
no bairro do Pina. Ele deixa a mulher Celeide Rossi, com quem era
casado há mais de 30 anos, e com quem teve o filho Roberto.
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