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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

José Agripino volta a criticar PSD: "é um partido feito por pessoas que não têm uma história"

Em entrevista exclusiva aos jornalistas Daiene Cardoso e Gustavo Uribe, da Agência Estado, o senador José Agripino Maia (RN), presidente nacional do DEM, diz que a perda de quadros foi numérica e não de essência, e que o apoio do DEM a um candidato tucano na sucessão presidencial "não é compulsório". O dirigente do DEM não poupou críticas ao tucanato que, em sua opinião, "está precisando se reencontrar".

Ele também não economizou estocadas ao PSD que, embora não seja considerado por ele o "inimigo preferencial" do DEM, é visto como um partido "sem história". No Rio Grande do Norte, o PSD é presidido pelo vice-governador Robinson Faria, que rompeu politicamente com Rosalba Ciarlini, a única filiada ao DEM com mandato de governador. "Eles para lá e nós pra cá", decreta Agripino ao responder sobre como é a relação politica com o PSD. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

O surgimento do PSD, em 2011, foi o golpe mais duro já dado contra o DEM?
Eu não diria que tenha sido o golpe mais duro. Ele foi um golpe que nos atingiu numericamente, mas não na nossa essência. As figuras emblemáticas do partido ficaram todas. O partido perdeu aqueles que fizeram uma clara opção pelo seu interesse pessoal. Os que tinham consciência partidária, aqueles que guardam a história do partido, esses ficaram todos.

O senhor assumiu o comando do DEM em meio a uma crise interna sem precedentes. Algo poderia ter sido feito para evitar essa debandada?
Eu poderia ter feito alguma coisa se eu concordasse com a desfiguração do partido. Em um dado momento, ficou claro que não haveria perda numérica se nos anexássemos a uma outra agremiação ou se mudássemos a orientação do partido. Isso aí nem eu, nem os que ficaram, concordavam.

Durante a crise, alguns sugeriram que o DEM poderia ser incorporado ao PSDB. Essa possibilidade ainda existe?
Essa hipótese não está nas nossas conjecturas. O DEM é um partido que, se perdeu as eleições, a ele está reservado o papel de oposição. A democracia é governo e oposição. Se você zerar a oposição, a democracia brasileira fica como a venezuelana, que passou muito tempo como uma nação de um partido de um lado só. A hipótese de fusão com o PSDB está fora da ordem do dia do DEM.

Quem é hoje o maior inimigo do DEM? É o PT da presidente Dilma Rousseff ou o PSD do prefeito Gilberto Kassab?
São as idéias atrasadas. Eu acho que o tamanho gigante da máquina pública, o gasto público desmesurado, a carga de impostos incivilizada, esses são os nossos grandes inimigos. E é claro que o PT defende isso tudo. O PT pratica isso. O PT e todos aqueles que dão guarida ao PT.

Como ficaram as relações do partido com os ex-filiados que migraram para o PSD?
São civilizadas, mas eles pra lá e nós pra cá.

Há a hipótese do DEM fazer alianças regionais ou nacionais com o PSD?
O PSD é um partido feito por pessoas que não têm uma história. O DEM tem uma história. Na hora que fizermos uma aliança com o PSD, nós estaremos emprestando nossa história a quem não tem história.

Então não há possibilidade de o DEM apoiar em São Paulo uma aliança que inclua o PSD?
Não posso falar sobre fatos que vão acontecer no ano que entra, mas não está nas nossas cogitações.

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