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quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Governo tenta acelerar pacote de arrecadação, mas enfrenta resistência no Congresso

 23/10/2025 11h27

Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

O governo Lula tenta acelerar a votação de medidas para aumentar a arrecadação e reduzir despesas, mas enfrenta resistência no Congresso. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), cobrou melhor articulação política e criticou o atraso na liberação de emendas e na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A pressão cresce após a medida provisória que substituía o IOF perder validade sem ser analisada, frustrando a expectativa de arrecadar R$ 20,9 bilhões em 2026.

Diante do impasse, o Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, prepara novas ações em dois eixos: elevação de receitas e corte de gastos. A ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) iniciou uma reorganização da base aliada, com demissões de indicados de deputados infiéis e redistribuição de cargos a parlamentares mais próximos do Planalto, numa tentativa de recompor apoio.

Uma das prioridades do pacote é a taxação das apostas on-line (bets). O regime de urgência foi aprovado na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, e o texto — que dobra a alíquota sobre a receita bruta do setor, de 12% para 24% — será levado ao plenário. O governo também pretende retomar propostas sobre fintechs e Juros sobre Capital Próprio, com potencial de gerar até R$ 30 bilhões combinando aumento de arrecadação e cortes de despesas.

Mesmo com o esforço, parlamentares do Centrão e da oposição afirmam que a resistência é grande. “O governo tenta resolver o déficit com aumento de imposto e evita discutir cortes de gastos”, criticou Domingos Sávio (PL-MG). Já o senador Efraim Filho (União Brasil-PB), presidente da Comissão Mista do Orçamento, prevê avanço apenas nas medidas de controle de gastos e taxação das bets, enquanto projetos que afetam o setor produtivo devem travar.

Paralelamente, o Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou o governo a continuar perseguindo o piso da meta fiscal em 2025, mas indicou que, a partir de 2026, será irregular usar esse critério. A decisão aumenta a pressão sobre o Planalto, que terá de reforçar o fôlego fiscal para equilibrar as contas e garantir credibilidade diante do mercado e do Congresso.

Com informações do O Globo

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