20/09/2025 08h47
O presidente Lula fará na terça-feira (22) seu discurso no debate de abertura da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York. Será a 10ª que Lula fará o discurso.
Além de temas que tradicionalmente leva à cúpulas internacionais, como a defesa da democracia, o combate à fome e a recuperação da relevância dos mecanismos multilaterais globais, o petista deve usar o espaço para reforçar a defesa da soberania brasileira e a recusa em aceitar qualquer interferência internacional, diante da escalada da tensão com os Estados Unidos.
A expectativa é de que Lula não cite diretamente Donald Trump para evitar subir o tom das conversas entre os dois países estando na “casa” do presidente norte-americano. Em julho, as relações entre Brasil e Estados Unidos se deterioraram quando Trump publicou uma carta em que condicionava o aumento de tarifas para produtos brasileiros importados ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Lula ressaltará que há independência entre os Três Poderes no Brasil e um ambiente institucional democrático. Deverá dizer que o STF (Supremo Tribunal Federal) não cedeu a nenhum tipo de pressão, nem mesmo de Trump, ao condenar Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar a tentativa de golpe de Estado em 2022. O petista deve dizer que a Justiça brasileira reagiu a ameaças à democracia brasileira.
O tom do discurso, porém, pode mudar caso os Estados Unidos anunciem novas sanções ao Brasil. Na segunda-feira (15), o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou que o país pretende divulgar na próxima semana sanções adicionais ao Brasil depois da condenação de Bolsonaro. Cogita-se no governo que esse anúncio poderá ser feito na 3ª feira, para constranger Lula e a comitiva brasileira.
Lula também deve enfatizar a prerrogativa de soberania do Brasil perante a pressão de Trump contra o julgamento de Bolsonaro e o aumento das tarifas de 50% para a importação de produtos brasileiros.
O mote da soberania acabou adotado pelo governo petista e se transformou na principal bandeira pré-eleitoral. Lula até mudou o slogan de seu governo em julho, um fato inédito no meio de um mandato. Passou a ser “Governo do Brasil do Lado do Povo Brasileiro”.
Lula também deve defender o direito de existência da Palestina e a solução de 2 Estados para acabar com o conflito na Faixa de Gaza. Condenará as mortes na região provocadas pela ofensiva militar israelense.
Em seu discurso, o presidente deve tratar também do combate à fome e à insegurança alimentar, um dos principais temas da sua retórica internacional. Fará um apelo por mais adesões à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa lançada pelo Brasil enquanto esteve no comando do G20 em 2024. O petista deve mencionar que o país saiu do mapa da fome.
Com informações de Poder 360
0 comentários:
Postar um comentário