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sexta-feira, 28 de março de 2025

‘Brasileiros vão de indignação a pena’, diz Barroso sobre mulher que pichou estátua do STF no 8/1

 28/03/2025 18h17

Foto: Divulgação/TSE

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta sexta-feira (28) que os brasileiros vão da “indignação à pena” em casos como o da cabeleireira Débora Rodrigues, 39, que participou dos atos golpistas de 8 de janeiro e ficou conhecida pela pichação de estátua da Justiça com a frase “perdeu, mané”.

“Perdeu, mané” foi a frase dita por Barroso a uma manifestante em Nova York logo após o fim das eleições de 2022.

“O Brasil tem a característica que, na hora em que os episódios acontecem, as pessoas têm uma indignação profunda. E depois, na medida em que o tempo passa, elas vão ficando com pena. Nós fomos da indignação à pena”, afirmou Barroso, após ministrar aula magna para alunos da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), no Rio de Janeiro.

“Porém, a não punição desse episódio pode fazer parecer que, na próxima eleição, alguém pode pregar a derrubada do governo eleito e pode invadir prédios públicos. Não é bom para o país que prevaleça esse tipo de visão. Ninguém gosta de punir, mas a punição é inevitável. Se vai computar pena, mais adiante, é outra discussão”, completou.

A Primeira Turma do Supremo começou na semana passada o julgamento de Débora. O ministro-relator Alexandre de Moraes votou pela condenação a 14 anos de prisão, e Flávio Dino acompanhou o colega.

O ministro Luiz Fux, porém, pediu vista (mais tempo para estudar o caso) na segunda-feira (24). Durante o julgamento no STF, na quarta (26), Fux anunciou que vai sugerir uma revisão da pena.

Em depoimento, Débora pediu perdão, afirmou que não invadiu nenhum prédio e que “o calor da situação” fez com que agisse sem pleno domínio de suas faculdades mentais.

Barroso defendeu que a intensidade das penas de boa parte dos condenados pelo 8 de janeiro se deve à quantidade de crimes cometidos.

“Mesmo aplicando penas mínimas, dá uma pena elevada. O que eu penso é que primeiro você precisa julgar. Nesse caso em específico [de Débora], acho que as penas ficaram elevadas pelo número de crimes praticados.”

Folhapress

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