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sábado, 14 de outubro de 2023

Ofensiva em Gaza terá ataques por ‘ar, mar e terra’ e exigirá entrar no centro do enclave para chegar ao Hamas, diz Exército israelense

 

Blindado israelense dispara da fronteira com Gaza: concentração de tropas na fronteira é parte da movimentação terrestre — Foto: Jack Guez/AFP

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) afirmaram abertamente, neste sábado, que há a necessidade de uma “manobra terrestre” e que ela “exigirá a entrada no centro de Gaza” para chegar aos integrantes do Hamas. A declaração é a confirmação mais clara e pública sobre a esperada invasão por terra em Gaza, que vem sendo especulada desde o ataque terrorista do grupo palestino, na semana passada.

“Os batalhões e soldados do Exército israelense estão destacados por todo o país e estão preparados para aumentar a prontidão para as próximas fases da guerra, com ênfase em uma operação terrestre significativa”, informou um comunicado divulgado pelas IDF neste sábado. Ainda de acordo com os militares, detalhes operacionais em torno da ofensiva ainda não foram definidos, e avaliações estão sendo feitas junto ao establishment político.

O comunicado verbaliza o que muitos analistas anteciparam após o ultimato israelense para que a população civil deixasse o norte de Gaza, na sexta-feira. O prazo foi ampliado uma vez para às 16h (10h em Brasília) deste sábado, e não recebeu nenhuma nova extensão, apesar dos pedidos e apelos da comunidade internacional de que o tempo não era suficiente para uma evacuação completa.

Embora os detalhes da ofensiva ainda estejam em fase de planejamento, o jornal israelense Haaretz, citando as IDF, noticiaram que os preparativos que estão sendo feitos incluem uma campanha extensa, com ataques coordenados e integrados “por ar, mar e terra”.

As lideranças militar e política de Israel não diminuíram o tom da resposta da declaração de guerra ao Hamas, mesmo diante dos apelos de moderação da comunidade internacional e pedidos para poupar danos a civis. Em visita a tropas deslocadas para a fronteira com Gaza, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que o conflito “vai continuar” por algum tempo.

— Vocês estão prontos para o que está por vir? Isso vai continuar — disse Netanyahu aos soldados israelenses, vestindo colete a prova de balas.

A tônica é a mesma no gabinete de Netanyahu. O ministro de governo Gideon Sa’ar afirmou, em uma entrevista a TV israelense, que a Faixa de Gaza “precisa ficar menor ao fim da guerra” e que deve haver uma área classificada como zona de segurança, onde quem entrar seja interceptado.

A dimensão do impacto de uma invasão de Gaza pelo Exército israelense é difícil de estimar, no entanto, a preocupação da comunidade internacional com a crise humanitária na região só aumenta com a decisão resoluta de Israel em fazer o enclave palestino pagar o preço pelo ato de terrorismo do Hamas.

O Globo

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