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terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Mundo Recém-nascida ainda com cordão umbilical é resgatada na Síria, perto da fronteira com a Turquia; mãe morre sob os escombros

 07/02/2023 21h27

Foto: AFP/Rami al Sayed

Entre as ruínas de um prédio em Jindires, uma cidade no noroeste da Síria duramente atingida pelo terremoto desta segunda (6), equipes de resgate encontraram uma bebê, nascida sob os escombros e ainda ligada à mãe morta pelo cordão umbilical.

Esta menina é a única sobrevivente de uma família em que todos os membros morreram quando seu prédio de quatro andares desabou.

A cidade fica perto da fronteira com a Turquia. Ali, as equipes de emergência encontraram os corpos de seu pai, Abdalá Mleihan, sua mãe, Aafra, suas três irmãs, seu irmão e sua tia.

“Estávamos procurando por Abu Rudayna (apelido de Abdalá) e sua família. Primeiro encontramos sua irmã, depois sua esposa, depois Abu Rudayna, eles estavam juntos uns contra os outros”, disse à AFP um parente da família, Khalil Sawadi, ainda em choque.

“Aí ouvimos um barulho e cavamos (…), limpamos o local e encontramos essa menininha, graças a Deus”, conta.

A recém-nascida ainda tinha o cordão umbilical preso à mãe. “Cortamos, e minha prima levou o bebê para o hospital”, continua.

Em um vídeo que circula nas redes sociais, um homem é visto carregando um bebê nu e coberto de poeira pelos escombros, com o cordão umbilical ainda pendurado.

No frio, outro homem joga um cobertor sobre a menina.

A bebê foi levada para um hospital na cidade vizinha de Afrin, onde foi colocada em uma incubadora e recebeu vitaminas.

“Ela chegou com os membros dormentes por causa do frio, sua pressão arterial estava baixa. Prestamos os primeiros socorros”, explicou o doutor Hani Maaruf à agência AFP. A menina tem hematomas, mas seu estado de saúde é estável, segundo o médico.

“Ela provavelmente nasceu sete horas depois do terremoto”, acrescenta. Pesa 3,175 kg, então nasceu dentro do prazo, diz.

Com poucos recursos, os socorristas levaram horas para remover os escombros para retirar os corpos dos demais membros da família.

Eles foram colocados lado a lado na casa de um parente, cobertos com lençóis, aguardando o enterro.

Na sala, Khalil Sawadi lista seus nomes. “Somos deslocados de Deir Ezzor. Abdullah é meu primo, e sou casado com a irmã dele”, diz ele.

A família fugiu da região instável de Deir Ezzor, mais ao leste, acreditando que estaria segura em Jindires, uma cidade controlada desde 2018 por forças turcas e por grupos rebeldes pró-turcos.

Cerca de 50 casas desabaram nesta cidade síria, relativamente perto do epicentro do terremoto, na Turquia.

De acordo com os Capacetes Brancos, serviço de emergência que atua nas áreas rebeldes sírias, mais de 200 prédios foram destruídos neste setor.

g1

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