03/03/2022 21h23
Foto: Reprodução
Em discurso nesta quinta-feira (3), na Câmara dos Deputados do México, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT à Presidência da República, se posicionou contrário à ação da Rússia de invadir a Ucrânia. Ele considerou que, se tivesse conversado com o presidente russo, Vladimir Putin, antes da guerra, deflagrada no dia 24 de fevereiro, teria se colocado contrário à ofensiva.
“É inadmissível que em plena segunda década do século 21 alguns líderes insistam em se comportar como nossos antepassados da pré-história, quando não existia diplomacia e a única lei em vigor era a lei do mais forte, disse Lula. “É inadmissível que um país se julgue no direito de instalar bases militares em torno de outro país. E é absolutamente inadmissível que um país reaja invadindo outro país”, enfatizou.
A posição de Lula insere uma crítica direta ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que se encontrou com Putin uma semana antes da deflagração do conflito e diz ter conversado com Putin sobre a Ucrânia. Bolsonaro, no entanto, não revelou o teor da conversa.
Nova Guerra Fria
Além disso, o presidente brasileiro estendeu a crítica para os países do Ocidente que, segundo ele, não entendem que o mundo não está interessado em uma “nova Guerra Fria”.
“As grandes potências precisam entender que não queremos ser inimigos de ninguém. Não interessa a nós, nem ao mundo, uma nova guerra fria envolvendo Estados Unidos, China ou Rússia, arrastando o planeta inteiro a um conflito que pode colocar em risco a sobrevivência da humanidade”, disse o petista, que está no México para uma série de compromissos políticos com o presidente Andrés Manuel López Obrador e membros do partido, o Morena.
“Sou e serei contra todas as guerras e qualquer invasão de um país por outro país, seja no Oriente Médio, na Europa, na América Latina, no Caribe, na África, em qualquer lugar do planeta. Defenderei até o fim a paz e a soberania de cada nação diante de agressões externas”, disse Lula.
“Trilhões de dólares foram gastos em guerras recentes, antes e depois do 11 de setembro, no Oriente Médio e mesmo na Europa. Quantia suficiente para eliminar a fome no mundo e preparar o planeta para lidar melhor com as mudanças climáticas”, criticou.
“Cada míssil de milhares ou milhões de dólares disparado contra uma população civil, seja na capital de um país ou na aldeia mais remota, traz em seu rastro a triste certeza de que parte da humanidade insiste em caminhar para a autodestruição”, completou.
Metrópoles
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