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quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Mesmo cortando quase R$ 280 milhões em salários, Globo tem aumento de prejuízo

 07/10/2021 15h57

Fotos: reprodução/Twitter

A Globo fechou o primeiro semestre de 2021 com um prejuízo de R$ 144 milhões. O número representa uma piora de 122% em relação a 2020, quando a empresa teve um prejuízo de R$ 51 milhões no mesmo período.

O resultado negativo chama atenção, uma vez que desde 2019 a empresa tem realizado seguidos cortes de colaboradores. Inclusive, nos últimos meses, o número de estrelas que deixa a Globo parece ter acelerado. Faustão, Tiago Leifert, Lázaro Ramos, Ingrid Guimarães, Vera Fischer, Antônio Fagundes e Reynaldo Gianecchini estão entre as recentes baixas.

Em relatório divulgado ao mercado no início de setembro, a Globo afirma que realizou no primeiro semestre de 2021 uma “diminuição de R$ 281 milhões em pessoal como resultado das iniciativas contínuas de corte de custos, explicadas principalmente pela diminuição no número de funcionários devido à reestruturação corporativa desde 2019 e o menor custo de elenco”.

As rescisões e dissídios também pesaram nas contas da Globo, que afirma ter tido um “aumento de 48 milhões nas despesas pessoais explicado principalmente por indenizações e também por reajustes salariais anuais do sindicato trabalhista em acordos coletivos de trabalho”.

Os salários e encargos sociais, que em 31 de dezembro de 2020 representavam R$ 1,18 bilhão no balanço da empresa, em 30 de junho de 2021, caíram para R$ 853,45 milhões.

Aumento de custos com futebol, filmes e séries

Apesar da redução de salários e número de colaboradores, os gastos da empresa subiram. “Custos e despesas foram 36% superiores ao primeiro semestre de 2020, impactados pelo retorno de eventos esportivos ao vivo e pela amortização de direitos esportivos de R$ 503 milhões, devido ao grande reescalonamento de jogos que afetou todas as competições do futebol brasileiro no ano de 2021”, aponta o relatório.

Além da despesa com a retomada do futebol, cresceram os gastos com gravações de programas e novelas devido aos protocolos de segurança contra covid-19.

Em reportagem ao jornal Valor Econômico, em agosto, Jorge Nóbrega, presidente executivo do Grupo Globo,afirmou que “a tarefa de virar uma ‘media tech’ exige tornar mais eficientes as operações tradicionais para manter uma boa gestão de caixa e apoiar novos produtos digitais, como o Globoplay, que têm alto crescimento mas ainda requerem investimento pesado”.

Depois do futebol, a compra de séries e filmes esteve entre as maiores despesas da Globo. Um executivo ouvido pela reportagem afirma que o aumento da concorrência no setor de streaming tem encarecido os direitos de transmissão, principalmente do futebol, filmes e séries, os segmentos onde a Globo reportou os maiores aumentos de despesas.

No primeiro semestre de 2021, a Receita Líquida da Globo cresceu 17% (ou R$ 948 milhões) em relação ao mesmo período de 2020, totalizando R$ 6,451 bilhões. Apesar do crescimento, o EBITDA ajustado (lucro operacional) caiu 133% no primeiro semestre de 2021, indo de um lucro operacional de R$ 613 milhões para um prejuízo operacional de R$ 201 milhões, uma queda de R$ 814 milhões no semestre.

Apesar dos prejuízos e de uma ligeira queda de 3% no caixa em relação a 2020, a Globo tem R$ 12,5 bilhões disponíveis em suas contas.

Vale destacar que no segundo trimestre deste ano, houve ainda aumento de 39% na receita líquida da companhia com relação ao segundo trimestre de 2020 (ou R$ 999 milhões), totalizando R$ 3,544 bilhões.

UOL

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