21/08/2021 09h47
Foto: Sérgio Lima/Poder360 18.02.2020
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, neste sábado (21), que ainda não decidiu se será candidato em 2022. A declaração foi dada durante um encontro com movimentos sociais e sindicais em Fortaleza, no Ceará. “Só vou decidir no começo do ano que vem. Eu tenho que ter muita responsabilidade ao fazer as coisas. Sou um jovem de 75 anos. Vou pensar muito porque cuidar de 215 milhões de pessoas exige muita responsabilidade”, disse.
Mas, logo em seguida, Lula falou como candidato. “Nós vamos pegar esse país pior do que eu peguei em 2002. É importante termos isso na cabeça. Pior do ponto de vista econômico, social, do emprego e político. Eu, se eu ganhar, vou colocar o Camilo [Santana, governador do Ceará] para mandar os generais embora. Vai lá, você, que é corajoso, mandar os generais embora. Porque são quase 7 mil”, afirmou, referindo-se à quantidade de militares em cargos de comando no governo federal.
No evento, o ex-presidente também fez referência à “inteligência, que foi derrotada pela ignorância”, ao se referir à vitória de Jair Bolsonaro sobre Fernando Haddad, em 2018. “Nós apresentamos como candidato um cara que foi, indubitavelmente, o melhor ministro da Educação da história desse país, que foi o nosso companheiro Fernando Haddad. O que ganhou as eleições em 2018 foi a antipolítica, a anticivilidade, a antifraternidade, a anti-humanidade, a anticompreensão da coisa mínima da solidariedade”, disse Lula.
A situação socioeconômica do país também foi abordada pelo ex-presidente. Lula afirmou que a população brasileira voltou a sentir fome. “Esses dias, eu fiquei horrorizado quando eu vi em Cuiabá, Mato Grosso, uma mulher na fila do açougue pra pegar osso. Osso! Para colocar, quem sabe, na água e fazer um gostinho de carne. E colocar no arroz ou cozinhar o feijão. Será que a gente não tem capacidade de indignar a humanidade contra isso?”, disse.
“País não é dos milicianos”
Em referência às ligações da família Bolsonaro com integrantes da milícia, o ex-presidente disse que o o país “não é dos milicianos”.
Lula mencionou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ao considerar ser remota a possibilidade de Bolsonaro sofrer um impeachment. “Eu fico pensando: o que a gente vai fazer? Impeachment dele, me parece que o presidente da Câmara não coloca. Eu não sei se a Suprema Corte vai interditá-lo ou não depois dessa loucura. Mas, se nada disso resolver, tem um juiz poderoso, que é o povo brasileiro. O povo pode acabar com essa farra”, afirmou.
Poder 360
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