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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Vale tem que ser preservada, diz diretor da companhia

O diretor financeiro da Vale, Luciano Siani, defendeu nesta segunda (28) que qualquer solução para os estragos causados pelo rompimento da barragem de Brumadinho (MG) passe pela preservação da companhia.
Ele alegou que cerca de 500 mil famílias, entre trabalhadores e acionistas dependem da empresa.
“Evidentemente, a solução ideal deveria passar pela preservação da saúde financeira da companhia”, afirmou, em entrevista para anunciar medidas de apoio a vítimas do desastre.
Ações judiciais já bloquearam R$ 11,8 bilhões da mineradora, que perdeu R$ 71 bilhões em valor de mercado e teve sua classificação de risco rebaixada pela Fitch após o desastre.
Siani não quis comentar a queda do valor das ações nem a possibilidade de intervenção do governo no comando da empresa, dizendo que a prioridade no momento é o resgate de vítimas e a remediação dos danos ambientais.
“O fato de ações caírem ou subirem é completamente secundário neste momento”, comentou. “O espírito da companhia é que todos os outros assuntos são de menor importância.”
Ele evitou também falar sobre as causas do acidente, que ocorreu pouco mais de três anos após o rompimento de outra barragem em Mariana (MG), que deixou 19 mortos e um rastro de lama que chegou ao Oceano Atlântico.
Em nenhum dos casos, o sistema de monitoramento preventivo da companhia detectou risco de colapso das barragens. “Temos que contratar especialistas para entender por que o monitoramento não funcionou”, disse o diretor da mineradora.
Nesta segunda, a Vale anunciou a suspensão de pagamento de dividendos para acionistas e de bônus para executivos, além da criação de dois comitês independentes para investigar o acidente e a segurança das barragens.
Siani disse que a decisão sobre os dividendos era “óbvia” e que a criação dos comitês tem o objetivo de dar maior independência ao grupo que vai apurar os fatos.
Segundo ele, em comum nos dois casos está o fato de serem barragens com altamente a montante, tecnologia que não é mais usada pela empresa. Siani disse que a Vale planeja um “plano robusto” de investimentos para melhorar a segurança das barragens.
“Mesmo essas barragens antigas e desativadas, como foi o caso dessa, vão passar por investimentos significativos para zerar o risco”, afirmou.

Folhapress

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