Os polos magnéticos da Terra estão se invertendo em um processo cada
vez mais próximo. De acordo com revista científica norte-americana
“Undark Magazine”, historicamente, é comum que eles virem a cada 200 ou
300 mil anos, mas há 780 mil anos que isso não acontece.
Em entrevista ao canal britânico “BBC”, o geofísico Phil Livermore,
professor e pesquisador da Universidade de Leeds, na Inglaterra, afirma
que o fenômeno está próximo, mas não “vai acontecer amanhã”.
“Só temos os vestígios deixados nas rochas como pista, mas, com base
neles, calculamos que levou mil anos para (ocorrer a) a última reversão
completa. Então, mesmo se ela começasse hoje, ainda levaria um bom
tempo”. O especialista acrescentou que a reversão é considerada iminente
pois mil anos na escala humana, é muito tempo, mas na escala da Terra é
insignificante.
Mas como a reversão dos polos Norte e Sul pode afetar as pessoas que habitam o planeta?
O especialista em radiação cósmica Daniel Baker, acredita que uma
inversão de polos pode deixar algumas regiões do planeta inabitáveis.
Isso pode ocorrer a partir de uma incidência maior de raios solares,
raios cósmicos e raios ultravioletas B, que penetrariam a já prejudicada
camada de ozônio. Isso porque o campo magnético da Terra, que nos
protege de níveis letais de radiação, como os raios solares, por
exemplo, pode enfraquecer e nos deixar desprotegidos.
Além disso, a radiação poderia atingir os satélites de comunicação,
redes elétricas e aviões. Consequentemente, os sistemas bancários,
meteorologia, operações militares e tecnologias à base de GPS deixariam
de funcionar. Sistemas de aquecimento, aparelhos de ar-condicionado,
transportes, hospitais e indústrias também seriam afetados.
Como esse perigo é iminente, mas ainda não alarmante, cientistas
estão usando imagens de satélite para monitorar os movimentos do campo
magnético. Desde 2014, um trio de satélites da Agência Espacial Europeia
permite que os cientistas estudem mudanças ocorridas no núcleo
terrestre, onde o campo magnético é gerado.De acordo com esses estudos, o ferro fundido e o níquel estão sendo drenados do núcleo, e essa atividade pode indicar que o campo está se preparando para virar. As medidas de proteção possíveis são a construção de mais satélites fortificados por radiação e a melhora dos que já estão operacionais.
Mas não há motivos para pânico. Nem todas as tentativas de inversão dos polos são bem-sucedidas. A última vez que houve um esforço para esse fenômeno ocorrer foi por volta de 40 mil anos atrás.
UOL
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