Os municípios vão receber os recursos do programa de repatriação
nesta quinta-feira, 29. De acordo com o Ministério da Fazenda, as ordens
de pagamento serão emitidas nesta quinta-feira para que os municípios
possam contabilizar os recursos ainda em 2016. Segundo a pasta, serão
depositados ao todo R$ 4,449 bilhões.
Os prefeitos estavam receosos de que os recursos só entrassem
efetivamente nos cofres municipais em 2017. A Frente Nacional de
Municípios (FNP) e o PSB chegaram a entrar com ação no Supremo Tribunal
Federal (STF) para antecipar esses recursos, mas a corte negou o pedido.
Se o Tesouro Nacional autorizasse o pagamento apenas no dia 30 de
dezembro, que, para o sistema bancário, é considerado o último dia útil
do ano para realização de operações financeiras, haveria risco de que
esses recursos só entrassem nas contas das prefeituras em janeiro. O
Ministério da Fazenda descartou essa possibilidade.
Para evitar atrasos, o dinheiro da repatriação integrará a terceira
parcela mensal de repasses do Fundo de Participação dos Municípios
(FPM). Nessa mesma data, o governo também vai depositar o valor devido
aos municípios pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Esse
pagamento somará R$ 1,053 bilhão.
Ao todo, considerando o dinheiro da multa da repatriação e do Fundeb, os municípios vão receber R$ 5,502 bilhões.
Inicialmente, o governo federal pretendia repassar os recursos da
repatriação aos municípios apenas em 2017. Diante da reação dos
prefeitos, a União retificou a Medida Provisória 753, que trata da
divisão dos recursos.
Pela nova versão, publicada no dia 20 de dezembro, um dia depois da
primeira publicação, os efeitos da medida para os municípios passam a
valer ainda neste ano.
ImpostosO presidente Michel Temer vai receber hoje, às 10 horas, um grupo de prefeitos no Palácio do Planalto. Devem comparecer ao Planalto o prefeito de Belo Horizonte (MG), Márcio Lacerda; de Aparecida de Goiânia (GO), Maguito Vilela; de Canoas (RS), Jairo Jorge; de São Bernardo do Campo (SP), Luiz Marinho; de Manaus (AM), Arthur Virgílio; e de Palmas (TO), Carlos Amastha.
Os prefeitos defendem o aumento da lista de serviços submetidos ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), que não é atualizada há dez anos. Também estão na proposta a criação de uma espécie de Cide municipal, que incidiria sobre combustíveis, e a securitização de dívidas dos municípios.
Os prefeitos também exigem "esclarecimentos" e possíveis alterações no artigo 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal.
O trecho proíbe os prefeitos de, "nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito".
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