O arcebispo metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha, esteve ontem
no NOVO em uma visita à redação. O religioso conversou com os
jornalistas Cassiano Arruda e Carlos Magno Araújo, colunista e
conselheiro de relacionamento com comunidades e marcas do NOVO,
respectivamente. No bate-papo, entrou na pauta política nacional e os
rumos da Igreja Católica em tempos onde a tecnologia e a internet reinam
no relacionamento interpessoal.
Posteriormente, em entrevista exclusiva à reportagem, um dos pontos
tratados foi a canonização dos mártires de Cunhaú e Uruaçu. Desde
setembro a Arquidiocese de Natal trabalha ativamente, inclusive com
visitas ao Vaticano, para canonizar os cristãos assassinados no Século
17, em Canguaretama e São Gonçalo do Amarante. Já em 2000, o grupo foi
beatificado pelo Papa João Paulo II.
“O Papa deseja canonizar nossos mártires em um processo mais
reduzido, por decreto, e isso é muito importante para nós. Esses seriam
os primeiros mártires do Brasil, aqueles que deram a vida em nome de
Cristo. Estamos muito atentos e o processo está em fase de conclusão.
Não sabemos quando será, mas está muito perto”, comemorou Dom Jaime, em
entrevista à reportagem. Para cada vez mais tornar os futuros santos, a
Arquidiocese já determinou que todas as capelas e matrizes possuam um
quadro dos mártires potiguares.
Dom Jaime também comentou sobre a atuação da Igreja, no Rio Grande
do Norte, na situação da Barragem de Oiticica, localizada no Seridó. O
empreendimento do Estado recebeu muita resistência da comunidade Barra
de Santana, sediada na região rural de Jucurutu e que será alagada pelas
águas quando a barragem for terminada.
A população achava que não estava recebendo a atenção devida,
sobretudo na questão do cemitério que seria alagado e não havia projeto
adequado para sua transferência. Vários protestos foram realizados,
parando as obras, e a tensão era grande, lembra Dom Jaime. A Igreja
potiguar foi uma das instituições que estiveram à frente da mediação do
conflito.
Hoje, os ânimos estão mais calmos e a Barra de Santana já tem um novo local definido após Oiticica.
“Percebemos uma falha grave do poder público nesses projetos de
grandes barragens, onde não se leva em conta a prioridade do ser humano
que deveria ser o primeiro a ser atendido. Projeto e verbas são
aprovados, as empreiteiras recebem e ninguém se volta para a condição
das pessoas afetadas”, criticou.
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