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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Canonização dos mártires, sairá logo, diz Dom Jaime

                                      
O arcebispo metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha, esteve ontem no NOVO em uma visita à redação. O religioso conversou com os jornalistas Cassiano Arruda e Carlos Magno Araújo, colunista e conselheiro de relacionamento com comunidades e marcas do NOVO, respectivamente. No bate-papo, entrou na pauta política nacional e os rumos da Igreja Católica em tempos onde a tecnologia e a internet reinam no relacionamento interpessoal.
Posteriormente, em entrevista exclusiva à reportagem, um dos pontos tratados foi a canonização dos mártires de Cunhaú e Uruaçu. Desde setembro a Arquidiocese de Natal trabalha ativamente, inclusive com visitas ao Vaticano, para canonizar os cristãos assassinados no Século 17, em Canguaretama e São Gonçalo do Amarante. Já em 2000, o grupo foi beatificado pelo Papa João Paulo II.
“O Papa deseja canonizar nossos mártires em um processo mais reduzido, por decreto, e isso é muito importante para nós. Esses seriam os primeiros mártires do Brasil, aqueles que deram a vida em nome de Cristo. Estamos muito atentos e o processo está em fase de conclusão. Não sabemos quando será, mas está muito perto”, comemorou Dom Jaime, em entrevista à reportagem. Para cada vez mais tornar os futuros santos, a Arquidiocese já determinou que todas as capelas e matrizes possuam um quadro dos mártires potiguares.
Dom Jaime também comentou sobre a atuação da Igreja, no Rio Grande do Norte, na situação da Barragem de Oiticica, localizada no Seridó. O empreendimento do Estado recebeu muita resistência da comunidade Barra de Santana, sediada na região rural de Jucurutu e que será alagada pelas águas quando a barragem for terminada.
A população achava que não estava recebendo a atenção devida, sobretudo na questão do cemitério que seria alagado e não havia projeto adequado para sua transferência. Vários protestos foram realizados, parando as obras, e a tensão era grande, lembra Dom Jaime. A Igreja potiguar foi uma das instituições que estiveram à frente da mediação do conflito.
Hoje, os ânimos estão mais calmos e a Barra de Santana já tem um novo local definido após Oiticica.
“Percebemos uma falha grave do poder público nesses projetos de grandes barragens, onde não se leva em conta a prioridade do ser humano que deveria ser o primeiro a ser atendido. Projeto e verbas são aprovados, as empreiteiras recebem e ninguém se volta para a condição das pessoas afetadas”, criticou. 

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