A Associação dos Vaqueiros Amadores do
Rio Grande do Norte (Assovarn) estima que, havendo o fim das vaquejadas,
o que acredita não ocorrer, mais de 20 mil pessoas fiquem
desempregadas, representando uma redução de algo em torno de R$ 30
milhões injetados mensalmente na economia local só de salários.
De acordo com o presidente da Assovarn,
Paulo Saldanha, ocorrendo o fechamento dos postos de empregos, serão
atingidos médicos veterinários, domadores, vaqueiros, caseiros,
tratadores, motoristas, cozinheiros, tratoristas, donos de bares, casas
de show e artistas, mas que os prejuízos serão ainda maiores, porque a
vaquejada movimenta toda uma cadeia econômica.
“Esses R$ 30 milhões mensais são
somente em salários de funcionários. Serão mais de 20 mil famílias sem
uma fonte de renda. Se levarmos em consideração clínicas, lojas de ração
e medicamentos veterinários, leilões, indústria têxtil e todos os
profissionais envolvidos na logística, transporte, infraestrutura e
operacional, os prejuízos serão muito, mas muito maiores. Serão dezenas
de milhares de pessoas desempregadas e de dezenas de milhões de reais a
menos circulando na economia potiguar todos os meses”, destacou.
Pelos cálculos da Associação, ainda em
fase de levantamento, já é possível estimar que a cadeia econômica da
vaquejada gere mais de 60 mil empregos indiretos somente no Rio Grande
do Norte. No Nordeste, os empregos gerados de forma direta passam de 200
mil e os de forma indireta 600 mil indiretos.
Os responsáveis pelas vaquejadas no Rio
Grande do Norte querem desmistificar a acusação de maus tratos, já que
atualmente todos os animais são acompanhados por médicos veterinários e
todos os eventos possuem um regulamento voltado para o bem estar do
animal, que impede qualquer tipo de violência. “Toda vaquejada oficial
usa, obrigatoriamente, protetor de calda para não machucar o rabo dos
bois, os cavalos não podem ter lesões sob pena de desclassificação, o
vaqueiro não pode chicotear o animal, o boi é intocável e só pode ser
tocado no protetor, os bois tem água e alimentação disponíveis durante
as provas, enfim, são várias as regras”, completou.
Para fortalecer o apoio da classe
política na luta a pela regulamentação da vaquejada, hoje
terça-feira (11), pessoas envolvidas na cadeia econômica irão fazer um
ato público em frente à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte
(ALRN) a partir das 9h, por entenderem como “injusta” e “preconceituosa”
a recente decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que
declarou inconstitucional uma lei estadual que regulamenta a vaquejada
no Ceará.
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