Uma
das principais pautas da Marcha dos Prefeitos, que ocorrerá na próxima
semana, em Brasília, será o protesto contra as implicações das renúncias
de receita promovidas pelo Governo Federal, que têm diminuído o repasse
aos municípios. O presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande
do Norte, Francisco José Júnior, analisou que esse tipo de gestão do
Governo Federal prejudica os municípios que estão hoje “trincados”.
Estudo
revelado pela Confederação Nacional dos Municípios mostrou que
desoneração dos impostos adotada pelo Governo Federal como forma de
impulsionar a indústria custou aos municípios potiguares R$ 1,93 bilhão,
no período de 2008 a 2012. O cálculo é feito a partir das receitas que
foram renunciadas com os incentivos tributários concedidos pelo Governo
Federal e recaem, principalmente, sobre a chamada “linha branca”.
O
presidente da Femurn observou que os municípios atravessam hoje uma das
maiores crises da história. “Há uma má distribuição do bolo federativo.
16% das receitas ficam com os municípios, 24% com os Estados e 60% com a
União. A menor parte é das prefeituras, mas os maiores problemas e as
maiores demandas estão nos municípios”, comentou Francisco José Júnior
Ele
disse que o tom da Marcha dos Prefeitos vai ser mostrar que os gestores
municipais não mais aceitarão o Governo Federal promover incentivos
fiscais a partir da renúncia de receitas dos municípios. “Nós não vamos
mais aceitar isso”, destacou o presidente da Femurn.
A
quantificação da perda de receitas dos municípios veio com pesquisa foi
pulgada pela Confederação Nacional dos Municípios e está sendo usada
como argumento para necessidade de um novo pacto federativo. A
estimativa da entidade, é que de 2008 a 2012 R$ 707 milhões saíram (ou
deixaram de entrar na contabilidade) dos pequenos municípios potiguares,
aqueles com menos de 10.188 habitantes, os mais dependentes das
transferências constitucionais. Entre os municípios potiguares, a
capital foi a que “contribuiu” mais com a renúncia de receita,
contabilizando R$ 254,9 milhões.
ROYALTIES
Outra
preocupação dos gestores municipais é com a redistribuição dos
royalties de petróleo. O projeto que redistribui e, na prática, aumenta o
repasse para os municípios, está no Supremo Tribunal Federal. Na Marcha
dos Prefeitos, os gestores também vão defender o julgamento desse
processo para que a redistribuição ocorra de forma imediata.
Na
busca pelo aumento das receitas dos municípios, os prefeitos também
defenderão que o ISS das operações de cartões de crédito fique nos
municípios onde essas operações são feitas. “Hoje o ISS dos cartões fica
todo em São Paulo. Esse é mais um ponto que vamos tratar na Marcha dos
Prefeitos. Serão vários pontos. Não podemos mais aceitar algumas
situações, nossos municípios hoje estão trincados”, disse o presidente
da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte, estimando que cerca
de 80 prefeitos potiguares estarão na Marcha, que ocorrerá durante toda
próxima semana.
Fonte: Tribuna do Norte
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