Na praça de São Pedro, sob o sol de outubro – talvez o mais charmoso
de Roma – e diante de um grande retrato de Paulo VI, que neste domingo
foi proclamado beato, o papa Francisco aproximou-se de Bento XVI e
deu-lhe as mãos, trocaram sorrisos, deram fé pública a sua cumplicidade.
Não foi -nada o é no Vaticano- um simples gesto.
São algumas as vozes que indicam que, durante esta última semana,
quando o Sínodo dos Bispos se dividia perante a abertura de Jorge Mario
Bergoglio às novas famílias e aos homossexuais, alguns cardeais
conservadores enviaram recado a Joseph Ratzinger para que apoiasse suas
teorias.
A resposta não deixou espaço para interpretações: “O Papa é
Francisco”. Um papa, que, mesmo propiciando um debate aberto sobre as
questões mais delicadas da Igreja, também não se priva de colocar Deus
como testemunha de sua linha: “Ele não tem medo das novidades! Por isso,
continuamente nos surpreende nos mostrando e nos levando por caminhos
imprevistos”.
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