Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo,
Querido Povo de Deus,
Querido Povo de Deus,
Já se aproxima o dia 05 de outubro,
quando somos convocados a escolher dentre os candidatos, pelo voto livre
e soberano, o presidente da República, o Governador do Estado, um
senador e deputados estaduais e federais, sobre os quais confiaremos os
destinos do Brasil e do Estado pelos próximos quatro anos. Trata-se de
um grave desafio que exige responsabilidade de cada eleitor. Neste
instante, nos dirigimos aos cristãos, em especial, os católicos dos
quais nos identificamos como irmãos e pastores.
Todos são chamados a assumir o seu
lugar próprio no enfrentamento deste desafio cidadão. Assumi-lo com
decisão, buscando amparo e luzes nos valores do Evangelho. À Luz desses
valores temos a chance de fazer uma leitura mais adequada da realidade
complexa na qual estamos inseridos.
Temos convicção de que atentos e
fiéis aos valores que emanam do Evangelho, cada eleitor poderá agir e
decidir, fazendo escolhas capazes de gerar novos rumos no mundo da
política brasileira. Há um momento primeiro que não pode ficar fora da
pauta do cidadão que se orienta pela indissociável relação entre fé e
vida.
Trata-se de uma discussão ética,
ampla e fundamentada, a respeito de candidaturas, programas de governo e
representatividade. A sociedade espera de cada um de nós o testemunho
da fé, que se traduz na vivência do cotidiano, que tem muito a
contribuir para a transformação da vida, com incidências próprias no
âmbito político e partidário.
Os partidos políticos, assim como as
organizações da sociedade civil são indispensáveis à democracia. São as
artérias pelas quais a cidadania constrói, oxigena e aperfeiçoa a
democracia. Criminalizar os partidos políticos e as organizações da
sociedade civil porque seus membros falham, é criminalizar o exercício
da cidadania e, por consequência, mutilar a própria democracia. Deve-se
punir, sim, aqueles indivíduos que se utilizando das instituições
cometem crimes contra a democracia e as conquistas políticas, sociais,
econômicas, dentre outras, da cidadania.
Então, ao fazer nossas escolhas, é
preciso compreender que, ao fazê-las sem critérios, estaremos gerando um
grande prejuízo que incide sobre décadas da história futura e, de modo
ainda mais perverso, no presente, sobre a vida dos mais pobres.
Cada um é convidado a compreender a
política, conforme ensina o Papa Francisco, como uma das formas mais
altas da caridade, porque busca o bem comum. Essa é mais uma
oportunidade de aperfeiçoar a democracia a partir de reflexões,
reuniões, voto consciente contra a corrupção e a favor da honestidade.
Todo cidadão tem direito a ser
governado e representado por agentes políticos probos, íntegros e
honrados. Este é o momento certo que o processo democrático nos oferece
para garantir à sociedade o seu direito de exercer democraticamente o
poder político, melhorando a representação. Agora é hora privilegiada de
cada cidadão contribuir para qualificar a gestão pública e o serviço à
política. Não é tarefa fácil fazer a melhor escolha.
Por isso, torna-se indispensável
analisar programas e propostas das coligações partidárias e ponderar
elementos, especialmente aqueles de inegociável sensibilidade social,
num momento em que o pobre e o excluído precisam ter prioridade de
tratamento e destinações. Não se pode dispensar o compromisso dos que
têm competência para gerar e garantir dinâmicas de crescimento econômico
e a conseqüente inclusão social, alargando as conquistas sociais nas
áreas da saúde, educação, assistência social, da agricultura familiar e
convivência com o semiárido.
Por tais razões, já não é possível
se deixar levar por apelos emotivos e falsas promessas dos candidatos
que preferem enganar o eleitor a se comprometer com os graves problemas
que a maioria dos brasileiros, no momento, se encontra submergida.
Basta lembrar como anda a saúde, a educação, a segurança pública e a
situação hídrica que lhe aflige no município em que cada um reside.
Lembremo-nos que o ato de votar não
encerra a nossa participação cidadã, mas requer ainda mais uma
participação de todos na construção de um modelo de Estado republicano,
fundado sob a cidadania, centrado na pessoa e na dignidade humana,onde a
tônica principal do desenvolvimento não seja apenas o mercado e o
lucro, mas, acima de tudo, a comunidade dos cidadãos, alicerçada na
defesa e promoção da justiça, da fraternidade, da igualdade de direitos,
da solidariedade, e cuja prática política esteja plasmada nos valores
ética e da promoção e defesa da vida de cada pessoa, especialmente dos
mais pobres e indefesos, as crianças e idosos.
Por fim, rogamos ao Senhor Deus que
derrame sobre cada eleitor brasileiro e potiguar, o Dom do Espírito
Santo: da sabedoria e da inteligência, do discernimento e da caridade, a
fim de que possamos fazer nossas escolhas amparadas nos princípios do
Bem Comum, da supremacia do interesse público, da justiça social e da
paz entre os povos. Com especial bênção apostólica.
Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo de Natal
Arcebispo de Natal
Dom Mariano Manzana
Bispo de Mossoró
Bispo de Mossoró
Dom Antonio Carlos
Bispo de Caicó
Bispo de Caicó
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