Nossas Condolências a Família de Eduardo Campos que passa por este momento difícil onde perdemos o futuro presidente da república um nordestino digno que chegaria ao congresso Nacional se não tivesse acontecido este acidente que abalou a todos os Brasileiros. Nossos Sentimentos e Nossa Solidariedade a toda Família.Fotos: Tony Macedo
Entrevista no Jornal Nacional da Noite deste dia 12/08/2014
Escolado pelo mau desempenho de Aécio Neves ontem em entrevista ao
Jornal Nacional, o candidato do PSB, Eduardo Campos, fugiu de algumas
perguntas, se viu acuado em alguns momentos por Willian Bonner e
Patrícia Poeta ao tentar tergiversar, mas se saiu melhor que o rival
tucano. Só mostrou irritação com a insistência do âncora do programa
quando este citou o empenho do ex-governador de Pernambuco para eleger
sua mãe, Ana Arraes, como ministra do Tribunal de Contas da União (TCU).
Em resposta ao questionamento, o pessebista mencionou ter feito a lei
de nepotismo no estado de Pernambuco, citou o currículo da mãe e a
elogiou dizendo que foi a única mulher que “ganhou no voto” a vaga no
TCU. Bonner insistiu dizendo que não são os méritos mas o empenho
pessoal de Campos que estava em discussão e o caráter ético de sua
campanha em prol da mãe. Na terceira vez em que o apresentador voltou ao
assunto, o pessebista respondeu com expressão fechado e um “não” seco
sobre se considerava haver problema ético nisso.
Na entrevista, Campos voltou à tática conduzida em sua campanha de
atacar o governo Dilma, com argumentos caros à esquerda e à direita. Por
um lado, criticou por duas vezes a elevada taxa de juros afirmando, por
exemplo, que meio ponto na Selic poderia significar economia para que
recursos fossem investidos em projetos seus como escola em tempo
integral, passe livre para estudantes do ensino público, e investimentos
em educação e segurança. Ao mesmo tempo, indicou que o Banco Central
deve ter independência, e voltou mais de uma vez à inflação para atacar o
atual governo.
Também repetiu a frase de impacto que circulou bastante nas redes
sociais durante a sabatina realizada pelo portal G1, quando disse que o
Brasil “perdeu de 7 a 1 no campo e também está perdendo fora dele”,
lembrando ainda outras “pautas” frequentes no Facebook e no Twitter,
como a acusação de que o governo estaria “guardando” o aumento nos
preços da energia e do combustível para o ano que vem, após a
eleição. Campos mostra que sua campanha está sintonizada com o
sentimento das redes, o que pode lhe render uma vantagem, em especial,
com o público mais jovem.
Bonner explorou ainda a aparente contradição entre o agronegócio e a
postura da vice de Campos, Marina Silva. No entanto, esse também era um
assunto que Campos havia enfrentado na semana passada, no encontro de presidenciáveis da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O pessebista disse que “Marina não tem nada contra o agronegócio” e o
que ela e ele defendem é que é preciso haver “desenvolvimento com
respeito ao meio ambiente”. Quando o apresentador prosseguiu lembrando
da votação do Código Florestal, onde PSB e Marina tiveram posições
contrárias, Campos disse que, nesse caso, estava do lado de sua vice, e
não da bancada da sua legenda.
Poeta cobrou o afastamento de Campos do governo Dilma, citando
críticos que entendem o abandono do pessebista do projeto de governo do
PT como algo decorrente de sua “ambição pessoal”. Ele justificou que em
2012 esse afastamento já se iniciava, citando outro de seus argumentos
recorrentes em discursos e entrevistas de campanha, que “esse governo
vai entregar um país pior do que recebeu”. Seguiu na linha de
personalizar a crítica a Dilma para se diferenciar dela, mas não de
Lula, mencionando que a presidenta teria deixado a “inflação voltar” e
contribuído para “derreter os empregos”, algo que os números, na
prática, não mostram.
Ao finalizar pregando mais uma vez o fim da polarização entre PT e
PSDB, Campos reforçou a união com Marina e pode ter ganho moral ao
aproveitar o flanco aberto pela entrevista concedida por Aécio ontem.
Nesse início de exposição na TV, pode ser um alento para o pessebista,
que terá menos tempo no horário eleitoral e ainda é desconhecido por
quase metade do eleitorado.
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