O
Papa Francisco deu boas-vindas a 2014 com um pedido por menos violência
e mais solidariedade no mundo neste ano que será marcado por um
consistório, um sínodo, as canonizações de dois pontífices e uma
possível viagem a Israel. "Todos nós temos a responsabilidade de
trabalhar para tornar o mundo numa comunidade de irmãos que se
respeitam, aceitam suas diferenças e cuidam uns dos outros", disse por ocasião do Dia Mundial da Paz celebrado pela Igreja Católica no dia 1º de janeiro.
"É hora de parar a estrada da violência. O que acontece no coração da humanidade? É hora de parar",
declarou com veemência, desviando-se do texto preparado com
antecedência diante de uma multidão de fiéis reunidos na Praça de São
Pedro para o primeiro Angelus do ano. Durante a missa de Ano Novo
celebrada na parte da manhã na Basílica de São Pedro, na presença de
muitos membros do corpo diplomático junto a Santa Sé, ele também falou
de "fome e da sede de justiça e de paz".
Para ele, 2014 deve
trazer "um verdadeiro compromisso com a construção de uma sociedade mais
justa e inclusiva". O Papa também exortou os fiéis a mostrar "força,
coragem e esperança" durante o novo que se inicia. O pontífice argentino
enviou às igrejas de todo o mundo uma mensagem para ser lida durante o
dia, com destaque para a "fraternidade" que deve ser usada como arma
para combater a crise econômica e as guerras.
Fiel ao estilo
familiar que lhe rendeu grande popularidade, o Papa Francisco terminou
sua oração saudando a multidão sob um sol brilhante com um alegre "bom
almoço e bom ano!" Francisco, que completou 77 anos em dezembro, terá
uma série de compromissos importantes durante o ano de 2014, que deverão
permitir vislumbrar o rumo que o pontífice jesuíta quer dar à Igreja
Católica do século XXI após as expectativas geradas por sua eleição em
março.
Em fevereiro está agendado um consistório, a assembleia de
cardeais, durante a qual designará 14 novos cardeais. Este ano, vários
cardeais completam 80 anos e perdem assim o direito de votar no conclave
que elege o Papa, em que tradicionalmente participam 120 eleitores. A
presença de tantos "príncipes da Igreja" no Vaticano, será uma
oportunidade para avaliar a reforma anunciada da Cúria Romana, o governo
central da Igreja, com base nos conselhos do chamado G-8 dos cardeais, o
grupo de oito cardeais que aconselham o Papa para fazer as mudanças
internas necessárias após os escândalos que mergulharam a instituição na
descrença.
Em 27 de abril, o Papa presidirá a canonização dos
pontífices João Paulo II (1978-2005) e João XXIII (1958-1963), um evento
com a participação de milhares de peregrinos de todo o mundo no
Vaticano. Em maio, Francisco deverá realizar uma breve visita a Israel e
aos Territórios Palestinos, em sua primeira viagem à Terra Santa desde
que assumiu o pontificado, segundo a imprensa israelense.
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