Entro numa loja e vejo um cartaz dizendo “Seja chic. Seja simples”.
Perguntei ao comerciante de onde ele tinha tirado aquela ideia e ele me
disse que depois que o Papa andou de carro simples, tomou chimarrão do
povo e andou com o vidro aberto o tempo todo abraçando crianças e
velhos, a simplicidade virou “chic”. Cafona agora é querer privilégios e fazer ostentação, me disse ele
Fiquei pensando no que falou o dono daquela loja e conversei com
muitas pessoas a respeito. Todas me disseram ter a mesma sensação.
Ostentar, usar coisas caras, exigir privilégios, ter carrões, etc. virou
coisa de “novo rico” e, portanto, fora de moda, fora do tempo. A moda
agora é ser simples.
E ser simples não significa não querer coisas de boa
qualidade, nem viver na penúria. Ser simples é dar valor às pequenas
coisas e aos pequenos gestos que o mundo de hoje esqueceu. É respeitar
as pessoas pelo que elas são e não pelo possuem de bens materiais. É
acabar com a arrogância, com a presunção. Ser simples é ser normal, sem
afetação, sem se deixar dominar por desejos de aparecer, de ser
aplaudido, de estar sempre nos holofotes.
Ser simples é reaprender a curtir a natureza em toda a sua
exuberância. É reaprender a olhar nos olhos das pessoas quando falar com
elas; ser educado com pessoas simples, balconistas, garçons, motoristas
de ônibus, etc. Ser simples é não perder a calma quando se é
contrariado; falar baixo em lugares públicos; não falar mal dos outros. Enfim, ser simples é reaprender a ser gente.
E como seria bom se o mundo voltasse a ser povoado por gente normal e
não por neuróticos cheios de vontade. Como seria bom se as pessoas
voltassem a falar com licença, por favor, obrigado, me desculpe. Como
seria bom se as pessoas reaprendessem a respeitar os mais velhos; ter
mais afeto com as crianças. Como seria bom se as pessoas reaprendessem a
amar o próximo e a lembrar que somos todos iguais.
Lembre-se: o “chic” agora é ser simples! Pense nisso. Sucesso.
Do Facebook de Edna Araújo (Jardim de Piranhas)
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