Quando
esteve no Rio de Janeiro para participar da Jornada Mundial da
Juventude, o Papa Francisco se reuniu com padres e bispos e expôs sua
preocupação com a nomeação dos futuros bispos da Igreja Católica.
Francisco também destacou a importância que os padres devem ter na
colaboração durante as nomeações dos bispos.
“Vós conheceis
a célebre expressão que indica um critério fundamental na escolha
daquele que deve governar: si sanctus est oret pro nobis, si doctus est
doceat nos, si prudens est regat nos, ou seja, se é santo, que reze por
nós; se é doutor, que nos ensine; se é prudente, que nos governe”, disse.
Francisco
insistiu ao pedir zelo dos padres na delicada tarefa de realizar a
investigação em vista das nomeações episcopais, e disse os critérios
ideais na opinião do Papa para os novos bispos.
“Prestai
atenção a fim de que os candidatos sejam Pastores próximos do povo: este
é primeiro critério. Pastores próximos do povo! Aquele é um grande
teólogo, tem uma mente grandiosa: que vá para a Universidade, onde fará
muito bem! Pastores! Temos tantas necessidades de Pastores! Que sejam
pais e irmãos, que sejam mansos, pacientes e misericordiosos; que amem a
pobreza, interior como liberdade para o Senhor e também exterior, como
simplicidade e austeridade de vida, que não sigam uma psicologia de
Princípios”.
Segue a conclusão do discurso do Papa:
Prestai
atenção a fim de que não sejam ambiciosos, que não procurem o
episcopado; afirma-se que o Beato João Paulo II, numa primeira audiência
que teve com o Cardeal Prefeito da Congregação para os Bispos, ao
responder-lhe a uma pergunta sobre o critério a seguir na escolha dos
candidatos ao Episcopado, o Papa disse-lhes com a sua voz particular: “O
primeiro critério é: volentes nolumus”. Aqueles que aspiram ao
Episcopado... não, não são adequados. E que sejam esposos de uma Igreja,
sem estar em busca constante de outra. Que sejam capazes de “velar”
sobre a igreja que lhes for confiada, ou seja, de cuidar de tudo aquilo
que a mantém unida; de “vigiar” sobre ela, de prestar atenção aos
perigos que a podem ameaçar; mas, principalmente, que sejam capazes de
“velar” sobre o rebanho, de vigiar, de cuidar da esperança a fim de que
haja sol e luz nos corações, de sustentar com amor e paciência os
desígnios que Deus realiza no seu povo.
Pensemos
na figura de São José que vela sobre Maria e Jesus, no seu cuidado pela
sagrada família que Deus lhe confiou, e no olhar atento com que a
orientou para evitar os perigos. Por isso, os Pastores saibam permanecer
à frente do rebanho para lhe indicar o caminho, no meio da igreja para
manter unida, atrás do rebanho para evitar que alguém se atrase e a fim
de que a própria igreja tenha, por assim dizer, o sentido de orientação
para encontrar o caminho. O Pastor deve caminhar assim!
Amados
Representantes Pontifícios, estes são apenas alguns pensamentos, que
brotam do meu coração e que pensei antes de os escrever: desta vez fui
eu que escrevi! Pensei muito e rezei. Estes pensamentos vêm do meu
coração, e com eles não tenciono dizer coisas novas – não – nada daquilo
que vos disse é novo – mas sobre as quais vos convido a meditar, para o
desempenho do serviço importante e precioso que prestais à Igreja
inteira. A vossa vida é muitas vezes difícil, por vezes em lugares onde
há conflitos – sei bem: falei duas vezes nestes dias com um de vós sobre
isto. Quanta dor, quanto sofrimento!
Uma
peregrinação contínua, sem a possibilidade de lançar raízes num lugar,
numa cultura, numa realidade eclesial específica! Mas é uma vida que
caminha rumo às promessas e que as saúda de longe. Uma vida a caminho,
mas sempre com Jesus Cristo, que nos dá a mão. É uma certeza: Ele
segura-vos pela mão. Mais uma vez, obrigado por tudo isto! Nós sabemos
que a nossa estabilidade não depende das coisas, mas do fato de sermos
Pastores autênticos que mantêm o olhar fixo em Cristo. Mais uma vez,
obrigado! Por favor, peço-vos que rezeis por mim, porque preciso muito
disto. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos conserve. Obrigado!
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