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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Ao chamar Eduardo para almoço, Dilma age para segurar o governador na sua base. Parte do PT deve estar entalada

Atendendo a um convite de Dilma Rousseff, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), almoçou no último sábado com a presidente na base da Marinha onde ela passou férias na Bahia.
A “refeição” se constituiu em mais um afago da petista dirigido ao governador, além dos muitos pleitos de Pernambuco atendidos recentemente por ela.
O governador baiano, Jacques Wagner (PT), e as primeiras-damas dos dois estados também estiveram à mesa com Dilma.
Com a iniciativa, a presidente vai se encarregando de amaciar ânimos e desmontar a artilharia armada pelo PT contra o PSB, partido presidido nacionalmente pelo pernambucano.
Tudo isso porque Dilma não quer Eduardo como adversário.
Com a reaproximação, certamente ela espera que o socialista reduza a movimentação rumo ao Planalto e, principalmente, mude o tom do discurso que tem sido de críticas à economia e à concentração de recursos nas mãos da União.
Ao dividir seu almoço de férias com o governador do PSB, a presidente alimenta, porém, as bocas especulativas.
Voltam à tona a possibilidade de ela estar acertando os ponteiros para ter o socialista na vice em 2014 e a conclusão de que tal atitude estimula a desconfiança do PMDB, partido do atual vice, Michel Temer.
Vale lembrar que Eduardo, ao se reaproximar do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE),  construiu um caminho para dialogar com uma parte do PMDB.
Também há que se destacar que por trás da movimentação de Dilma está o governador Jacques Wagner, que, na contramão de outros petistas, trabalha para ter Eduardo no palanque da reeleição da presidente.
Como se vê, o governador de Pernambuco, que, segundo aliados, não tem mais como recuar no projeto de concorrer à Presidência em 2014, ganha, a cada dia, mais relevância no jogo sucessório.
Afinal se ele se lançar pode provocar um racha seriíssimo na base de Dilma e tem grandes chances de ser apoiado por oposicionistas do PSDB e do DEM.
Por isso os afagos da presidente.
Parte do PT já se tocou disso e o PMDB deve estar vendo a ficha cair.  Como as insatisfações e os arranjos político-partidários serão administradas pelo governo, veremos daqui para frente.
O certo é que diferentemente do distanciamento que muitos petistas queriam de Eduardo, Dilma quer o socialista junto com ela. O preço a ser pago deve ser alto. Por isso mesmo os “agrados” já começaram.

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