O
DEM, que em 2012 terá 42% menos candidatos a prefeito que em 2008,
depende das eleições municipais para sobreviver. Se vencer em capitais
como Salvador e Aracaju, e tiver bom desempenho em grandes cidades como
Mossoró (RN), Vila Velha (ES), Feira de Santana (BA) e Caruaru (PE),
estará salvo. Caso contrário, dirigentes do partido já admitem que a
saída poderá ser a fusão com outro partido e a opção mais cogitada por
sua cúpula hoje é o PMDB, e não o PSDB.
Tudo
porque a parceria tradicional com os tucanos vai de mal a pior. Embora
acusem o golpe de ver o novo PSD solapar metade de seus recursos no
fundo partidário e de seu tempo de televisão no horário eleitoral, os
dirigentes do DEM mantêm a esperança de que a legenda garanta sua
existência nas urnas. Mas se o risco da fusão só é mencionado em
conversas reservadas, o afastamento do PSDB nesta reta final da montagem
das coligações é tratado abertamente.
Lideranças
do DEM não escondem a insatisfação com o tucanato. Dizem que o PSDB fez
um "papelão" com o velho aliado no Recife e em Fortaleza, onde as
opções do partido para a prefeitura estão bem melhor posicionadas nas
pesquisas do que os candidatos do PSDB. Eles não se conformam de os
tucanos terem lançado Marcos Cals contra Moroni Torgan (DEM) na capital
cearense. E, menos ainda, aceitam que o presidente do PSDB, Sérgio
Guerra, tenha preferido se aventurar com a candidatura própria de Daniel
Coelho, em vez de somar forças com Mendonça Filho (DEM) na corrida do
Recife.
Candidato
a prefeito do Rio contra o colega tucano Otávio Leite, o deputado
Rodrigo Maia (DEM) afirma que não houve diálogo entre os partidos.
Lembra que o afastamento do PSDB começou ainda em 2010. "Nas duas outras
capitais em que estamos juntos não houve aliança. O que aconteceu foi
puro escambo", reclama.
Segundo
ele, o apoio do PSDB à candidatura do líder do DEM na Câmara, ACM Neto
(BA), em Salvador, só se deu em troca da composição com o candidato
tucano em São Paulo, José Serra. Os dirigentes da legenda não escondem a
irritação com Serra que, diante do pleito do DEM de ter o posto de
vice, não hesitava em afirmar que só decidiria após a definição do tempo
de TV dos partidos.
E
assim aconteceu. O PSD do prefeito Gilberto Kassab ficou com metade do
tempo de TV do DEM e com a vice de Serra. Não fosse a determinação do
DEM em fechar parceria com os tucanos para eleger Neto, a cúpula teria
fechado aliança com o PMDB, de Gabriel Chalita.
As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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