Quando a chuva chega no sertão, sua paisagem é modificada por um período de três meses em que o sofrimento do nordestino dá lugar para momentos de felicidades. A aridez da terra seca, a mata branca sem folhagem, se transforma de repente como num passe de mágica em uma pintura verdejante enfeitada com as mais belas flores de variadas cores. É a época do estrondo dos trovões, dos raios cortando o infinito, das chuvas ferindo a terra dura e transformando o que era desolação em esperança. É a chegada da quadra invernosa, do surgimento da babugem, do pio madrugador e estridente do inhambu, do retorno das avoantes que aos bandos constroem seus imensos pombais, da volta da asa branca, do canto alegre da passarada ao alvorecer. É tempo de bonança, dos rios cheios desaguando para os açudes que irão transbordar numa bela sangria cheia de curimatãs desafiando a correnteza para fazer a desova que traz a vida. É tempo também de enxameação das jandaíras, de muitas operárias no campo colhendo néctar e polinizando plantas, de alvoroço dos zangões fecundando rainhas virgens e garantindo a perpetuação da espécie. Enfim é festa no campo onde o pequeno agricultor aproveita o luar do sertão, para no pátio fazer a debulha de milho e de feijão, voltando a sonhar com dias melhores. Tendo como tema a paisagem sertaneja apresentamos hoje mais 4 estrofes com versos improvisados pelo poeta Ivanildo Vila Nova em sua bela poesia “O Sertão em Carne e Alma”. Mossoró(RN)., 09 de novembro de 2010 – Paulo Menezes
No sertão a tarefa é muito duraMas se tem a colheita, a criaçãoFerramenta da roça, produçãoUma rede, um grajau de rapaduraUma dez polegadas na cinturaA viola, o baú, uma cabaçaA tarrafa e o litro de cachaçaMescla azul, botinão, chapéu baetaFumo grosso, espingarda de espoletaE um cachorro mestiço bom de caça
Grande Oportunidade. Não Perca!!
Há 2 dias
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