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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Os "nós" da disputa em natal, na eleição de 2012

 Ney Lopes
Passado o carnaval começará a definir-se publicamente a eleição municipal de 2012, hoje restrita aos bastidores dos encontros secretos e recepções.

Para quem conhece os “caboclos da aldeia”, muita coisa já se pode perceber a olho nu, em relação a Natal.

Nada parece definido nos principais grupos políticos. Percebem-se, apenas, balões de ensaio.

No duro, no duro, os candidatos do sistema governista seriam Felipe Maia, ou Walter Alves. Por incrível que pareça, o apoio a Carlos Eduardo Alves não é totalmente improvável, pelas articulações da família Alves, que transmite ao governo estadual a segurança do acesso ao governo federal.

Ninguém duvide: se tudo falhar, os Alves apoiarão Carlos Eduardo Alves, no primeiro ou segundo turno. O problema é familiar. Não é político.

O deputado Hermano Morais poderá vir a ser o candidato, se no “frigir dos ovos” não restar outra alternativa ao grupo Alves, que realmente jamais poderá apoiar um candidato do PSDB, declaradamente contra a presidente Dilma Rousseff.

Se houver alternativa palatável, Hermano “dança”. Aliás, nesse processo de pré-campanha, o deputado Hermano Morais deveria se chamar Hermano Lopes, pela semelhança com o autor deste artigo, quando foi levado a ser candidato a prefeito de Natal, no “último pau de arara”.

Em 2004, durante a pré-campanha, o autor deste artigo teve o seu nome apoiado para prefeito de Natal pelo PMDB. O compromisso foi ajustado em almoço em Brasília, do qual participaram os líderes do então PFL e do PMDB estadual (José Agripino, Garibaldi Alves e Henrique Alves)

Não se efetivou a coligação definitiva em 2004, pelo fato do PFL ao invés de ter um candidato a prefeito de Natal, ter preferido “indicar” em coligação com a governadora Vilma de Faria, o nome do vice prefeito, companheiro de Carlos Eduardo Alves, na pessoa do atual deputado Felipe Maia.

Essa informação a então governadora Vilma disse publicamente à época e a imprensa divulgou, sem desmentido.

Como a governadora achou que seria “Maia demais”, o PFL ficou sem alternativa e o autor deste artigo foi candidato a prefeito, com a promessa de disputar o senado em 2006, por saber antecipadamente que seria impossível ganhar a eleição em Natal.

Voltando ao cenário de 2012, as notícias acerca do deputado Rogério Marinho são igualmente inseguras. Ele e Hermano, embora competentes e arrojados, estão numa “gangorra”. Dependerão do acaso.

Sente-se que a governadora Rosalba Ciarlini, peça decisiva e fundamental no esquema da situação, nada tem contra Rogério. Porém, ela teme situar-se em oposição à Dilma apoiando um candidato do PSDB. Para isso terá que fazer uma espécie de “escolha de Sofia”.

Tal ótica se revelou, quando a chefe do governo disse que consultaria os seus aliados, antes de se decidir.

Será que quando consultar o ministro Garibaldi e o deputado Henrique Alves, aliados de Dilma, receberá o “sim” à candidatura de Rogério Marinho, do PSDB? Qualquer recém-nascido em política saberá de antemão qual será a resposta dos indagados.

Igualmente, o presidente do DEM, senador José Agripino, deixou claro em declaração à imprensa, que admite a coligação DEM-PSDB. Não confirmou, entretanto, o nome do deputado Rogério Marinho, como candidato.

Na verdade, ainda não morreu a possibilidade do deputado Felipe Maia vir a ser o candidato a prefeito de Natal, com o apoio do governo estadual.

Nessa hipótese surgiriam algumas indagações.

Será que Felipe traria o apoio do PMDB, ou o lançamento do seu nome daria lugar a alternativa do deputado Walter Alves, apresentado como conciliador, sem arestas nos governos federal e estadual e patrocinado por Michel Temer, que atualmente almoça e janta com o senador José Agripino, em articulações entre o DEM e o PMDB?

A tradição demonstra que o grupo político do DEM no estado (ex-PFL), salvo quando está em jogo o nome do senador José Agripino, não gosta de candidaturas próprias, sob a alegação antecipada de falta de votos dos correligionários.

A opção é sempre procurar coligação. Vejam-se as últimas disputas eleitorais no RN para confirmar essa realidade.

Até em 2010, por algum tempo se falou na possibilidade de Robinson Faria ou João Maia serem candidatos, ao invés de Rosalba.

Vê-se que continua nebuloso o cenário da disputa em Natal este ano.

Os “nós” existem. Será necessário desatá-los.
Ney Lopes
Jornalista, advogado e ex-deputado federal
www.blogdoneylopes.com.br
 

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