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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Presidente Lula pede fim de armas núcleares


Washington, Estados Unidos (ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ontem, durante o segundo e último dia da Cúpula de Segurança Nuclear, que todos os países eliminem o arsenal nuclear para neutralizar a possibilidade de que organizações terroristas tenham acesso à bombas atômicas. “O modo mais eficaz de se reduzir os riscos de que agentes não-estatais utilizem explosivos nucleares é a eliminação total e irreversível de todos os arsenais nucleares”, disse o presidente, em reunião fechada com os líderes de outras 46 nações que participam do encontro.A cúpula de segurança nuclear foi convocada pelos Estados Unidos, que classificam o terrorismo atômico como a “ameaça mais grave e iminente” à segurança mundial. Nove países têm a bomba atômica no mundo.Na apresentação, o presidente ainda lembrou que o programa Nuclear brasileiro tem fins estritamente pacíficos e possui uma legislação “robusta, eficiente e adequada” para prevenir o terrorismo nuclear. “O compromisso do Brasil com a segurança nuclear é inabalável”, afirmou. “O Brasil está pronto para colaborar ativamente para um mundo mais seguro, em que – paralelamente à eliminação de todos os arsenais nucleares – os materiais físseis [urânio altamente enriquecido e plutônio] e as instalações nucleares estejam protegidos.”O Brasil mantém uma posição contrária à adotada pelos Estados Unidos sobre a fórmula para aumentar a transparência do programa nuclear do Irã, país que não foi convidado para este encontro. Os norte-americanos querem que o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprove novas sanções sob o argumento de que os iranianos trabalham secretamente para produzir armamento nuclear. O Irã garante que o programa nuclear do país é utilizado apenas para fins pacíficos.O presidente Lula aproveitou o discurso para reafirmar o descontentamento do governo brasileiro com o formato do Conselho de Segurança das Nações Unidos, o mesmo desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. O governo defende que o Conselho seja ampliado e que o Brasil passe a ocupar um assento permanente no órgão máximo de deliberação das Nações Unidas.“A ONU vem perdendo credibilidade. Ao não contar com um conselho de segurança mais representativo e com mais legitimidade - e cada vez mais descompassado com a realidade atual -, as Nações Unidas perdem espaço na governança da segurança internacional. Isso não interessa a ninguém”, afirmou. AcordoOs líderes de 47 países fecharam um acordo ontem, para controlar o material nuclear ao redor do mundo em quatro anos e evitar o sucesso de qualquer conspiração terrorista que tente construir uma bomba atômica. Como um exemplo da ação coletiva pedida pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, os EUA e a Rússia assinaram ontem um pacto para eliminar estoques de material nuclear que poderiam ser usados para construir 17.000 armas atômicas.Obama também afirmou que o Irã deve pagar as consequências por ter ignorado os alertas sobre seu programa nuclear e afirmou que a China “considera” com sinceridade a possibilidade de aplicar novas sanções à república islâmica. O impasse do programa nuclear do Irã, no entanto, não foi o foco central da Conferência sobre Segurança Nuclear, que acabou ontem em Washington.A promessa feita pelos 47 líderes vai de encontro ao desafio ressaltado na cúpula por Obama, que alertou sobre o risco de uma “catástrofe” se grupos extremistas conseguirem material nuclear para construir uma bomba atômica.“Nós elogiamos e nos juntamos ao chamado do presidente Obama para garantir a segurança de todos os materiais nucleares vulneráveis em quatro anos e trabalharemos juntos para aumentar a segurança nuclear”, disseram os líderes.Obama disse que o risco de um ataque nuclear aumentou desde o final da Guerra Fria, uma vez que organizações terroristas como a Al-Qaeda agora tentam se apoderar de material nuclear. “Materiais nucleares que poderiam ser vendidos ou roubados e transformados em arma nuclear existem em dezenas de nações”, lembrou Obama. “Apenas uma pequena porção de plutônio - do tamanho de uma maçã - poderia matar e ferir centenas de milhares de pessoas inocentes.”

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